sexta-feira, 24 de junho de 2011

AS COTAS DA CULTURA

O TEXTO ABAIXO FALA DAS COTAS DE NEGROS EM CASTING DE DESFILES NACIONAIS.
SOU CONTRA, COMO O AUTOR, QUALQUER TIPO DE COTA.
SE ACREDITAMOS EM IGUALDADE, AS COTAS DISCRIMINAM.

PENSE NISSO!

RETIRADO DA COLUNA DO BRUNO ASTUTO - JORNAL O DIA - RIO


Naomi, Glória e as cotas!
A top Naomi Campbell enviou e-mail à coluna chocada com a declaração do agente Bruno Soares ao jornal britânico ‘The Daily Mail’ sobre a falta de modelos negros nas passarelas da São Paulo Fashion Week. Declarou o rapaz: “Os negros no Brasil são pobres e não consomem moda. Isso se reflete no casting”.

“Isso é absurdo”, rebateu Naomi. “O que está acontecendo? Como podem dizer uma coisa dessas?”. A jornalista Glória Maria juntou-se à indignação da amiga: “Eu não vou nem citar a Taís Araújo, a Camila Pitanga e a mim mesma, que somos consumidoras de moda, mas os milhares e milhares de negros que são juízes, advogados, empresários e formadores de opinião que ajudam a sustentar a indústria da moda. Basta olhar a seção de economia das principais revistas e jornais para ver a importância do consumidor negro no mercado brasileiro. Isso é falta de cultura e de informação”.

Bruno se defende: “Eu não disse nada daquilo. O repórter quis criar uma frase polêmica para vender jornal. Sou negro, trabalho há anos no mercado da moda, já desfilei para marcas como Jean Paul Gaultier e fotografei para revistas como a ‘Vogue’ francesa e a ‘Harper’s Bazaar’. Nunca senti na pele preconceito por ser um modelo negro e, numa semana de moda em Paris com 15 desfiles, já cheguei a fazer 13. Hoje cuido da carreira de três modelos, entre elas, a Aline Weber. O que eu disse é que, do ponto de vista mercadológico, acredito que nós, negros, devemos vender menos. Só isso explica o número reduzido de modelos negros nas campanhas e nas passarelas”.

Glória, que assistiu ao desfile da grife Cia. Marítima, em que foram distribuídas bonecas Barbie aos convidados, avisou que está à disposição. “Só não tem negros na passarela porque não querem. Todo mundo gosta de fazer média, dizer que não coloca porque não tem modelos no mercado. Na hora de fazer casting, procuram os suíços, os nórdicos, como se a gente vivesse num país europeu. Se alguém quiser fazer um casting de negros, eu mudo de profissão por alguns instantes e arrumo rapidinho os modelos mais lindos do mundo”.

Vou me meter no vespeiro: não sou lá muito a favor de política de cotas, qualquer uma. Ainda mais se tratando de uma expressão artística, como um desfile, uma peça de teatro, um filme ou uma novela. Se um estilista quiser homenagear o Japão, como diziam alguns nos corredores da São Paulo Fashion Week, um modelo negro causaria estranheza. Mas será que ele abriria mão de uma Gisele Bündchen em prol de um casting só de asiáticos?

Fato é que a política de sugestão da cota mínima de 10% feita pela organização da São Paulo Fashion Week produziu um fato inédito, interessante e que indica um grande avanço no mercado: o modelo masculino recordista da temporada foi um negro, Ronaldo Martins. Viva ele!

Essa parte é o óóóóóóo´:
Uma produtora alegou que as marcas brasileiras estão buscando reconhecimento nos mercados europeu e norte-americano, por isso tentam “buscar uma beleza mais adaptada à realidade de lá”. Querida, o que dizer do sucesso inegável de Beyoncé, Alicia Keys, Rihanna, disputadíssimas pelas grifes internacionais para usarem suas roupas? Se as marcas brasileiras insistirem em copiar os padrões do Hemisfério Norte, elas continuarão a manter esse patamar irrisório de participação no mercado mundial de moda.

A cara do Brasil é a pluralidade, a generosidade, a falta de sectarismo. Nosso maior produto é a cordialidade, a convivência pacífica com as diferenças, o tropicalismo afetivo. Ignorar a beleza, a nobreza, o caminhar aristocrático, sinuoso, felino e arrebatador de nossos negros, e o potencial de inspiração de riquezas a ser explorado em nossas fronteiras já deixou de ser uma questão de preconceito. É apenas uma grande imbecilidade
.
Beijo, me liga, até amanhã.


PARA DEIXAR CLARO: CONCORDO E MUITO COM O BRUNO ASTUTO. SOMOS O PAÍS DA DIVERSIDADE.
MEUS CLIENTES SABEM QUE VIVO INSISTINDO EM TER NEGROS NAS CAMPANHAS QUE MONTAMOS. E VOU CONTINUAR INSISTINDO. O MUNDO NÃO É SÓ DE LOIROS, ALTOS DE OLHOS AZUIS. EXISTEM OS NEGROS, OS GORDOS, OS JAPONESES, OS RUIVOS... somos muitos para querer restringir!

Essa é a Érica Dias, da Cast One - LINDA!


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E esse é Ronald Martins, da Way - recordista em desfiles da SPFW.

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"Estamos aqui para aprender..."

O tempo é mesmo injusto, se aproveita das nossas tristezas e as transforma em oportunidades!

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